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11 de setembro de 2012

ATERROS SANITÁRIOS, O POPULAR LIXÃO, SOLUÇÃO MENOS INTELIGENTE

A construção de aterros sanitários em municípios é um assunto polêmico e bastante debatido entre os profissionais das áreas que se referem ao meio ambiente.
Após a edição da Lei de saneamento básico, criada pelo Governo Federal, no início deste ano (Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007), muito tem se discutido sobre saneamento ambiental e resíduos sólidos em todas as regiões do território nacional. E, contudo, e por pressão e questionamentos da sociedade, os governantes precisam criar soluções eficientes para o destino desses resíduos que são consumidos diariamente por cada um de nós e pelas nossas organizações.
Leigos no assunto acreditam que a implantação de um aterro sanitário é a solução para os problemas de resíduos inaproveitáveis, porém, especialistas na área confirmam que esse recurso só deve ser utilizado em último caso, pois, tudo o que é jogado fora pode ser reaproveitável, seja transformado matéria orgânica em compostagem, ou “lixo” em materiais recicláveis.
Um grande aterro sanitário no meio do município, onde todo resíduo sólido será depositado, não é a solução mais cabível para resolver o problema do lixo. Pensar que a biorremediação é uma proposta melhor para o destino final dos resíduos é subestimar a capacidade intelectual da sociedade que espera por melhorias conscientes. E utilizar o material jogado fora como fonte de energia ou transformá-lo em algum material aproveitável, seria algo consciente e eficaz das nossas autoridades.
Há tempos, a população de Rio do Sul rejeita obras desse porte e a maior prova disso é o lixão, em funcionamento até pouco tempo, situado no bairro Fundos Canoas. Está mais do que na hora de mudar a realidade desses moradores e propor alternativas tecnológicas e economicamente mais significativas. A base desta mudança pode começar pela gestão do lixo local, através da mobilização social e educação ambiental, no território da bacia hidrográfica do município de Rio do Sul.
Além disso, o aterro sanitário é preocupante porque é o grande causador da poluição hídrica, uma vez que todo chorume, produzido em grande quantidade nos aterros, é despejado nos rios. Seu grande volume e poder poluidor, medido em DBO (demanda bioquímica de oxigênio), na maioria das vezes não é convenientemente tratado, seja por dificuldades técnicas, falta de investimentos ou má avaliação geológica das possibilidades de tratamento. E, ainda que fosse tratado, a centralização dos grandes aterros sanitários gera impactos profundos com transporte, sem o menor retorno sócio-econômico, gerando apenas despesas para sua manutenção.
O aterro sanitário é uma boa opção para as empresas privadas menos conscientes, que não sabem da importância de reciclar e acreditam que confinar materiais em baixo da terra, contaminando o ambiente, é a maneira mais rápida e prática de obter lucro sem se preocupar com as conseqüências.       
Ao contrário, nós, agentes ambientais conscientes e preocupados com o futuro das próximas gerações, queremos o contrário: reaproveitar e transformar a maior quantidade possível de lixo e assim gerar empregos, desenvolver tecnologias, estimular empresas, descentralizar, economizar energia e matéria prima.
Claro que isso não é uma tarefa fácil. A gestão do lixo é um conjunto de atividades complexas que inclui desde a diminuição do próprio volume de lixo produzido, através da mudança de hábitos sociais e de procedimentos industriais até a alteração da legislação ambiental, visando uma política de incentivos ao desenvolvimento de empresas nesta nova área.
Não obstante disso, podemos contar com as novas tecnologias e inovações na área ambiental que geram o mínimo de passivos ambientais e oferecem um destino apropriado aos resíduos, além de não comprometerem o meio ambiente, eliminando lixo urbano e contribuindo para o controle do aquecimento global.
Um exemplo são as tecnologias que reduzem os resíduos sólidos em farelo, sem que ele seja desperdiçado e que ainda pode ser reaproveitado. Com um processo de triagem, trituração e aquecimento do lixo, o resultado final é uma matéria-prima com um volume 80% menor dos resíduos iniciais e sem contaminação do solo e do ar.
Isso sem contar com a geração de energia, que oferece a possibilidade de render créditos de carbono no Mecanismo de desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto (1997), isso permite que países industrializados invistam em projetos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa em países em desenvolvimento.
Mais do que nunca, está na hora de mudarmos o quadro ambiental que se torna cada vez mais agravante em grandes e pequenas regiões do Brasil e do mundo. Devemos e podemos começar dando o exemplo pelo nosso município. É preciso investir na mobilização social, mas na mobilização social inteligente. Está aí a grande e central questão, não somente para a questão do lixo, quanto para o controle às epidemias, para a promoção da saúde, para administrar melhor a cidade, para alcançar a plena cidadania em todas as frentes. O que precisamos é de uma nova e moderna gestão do lixo na administração pública. A população está sedenta por políticos comprometidos com seus cargos e funções e que representem a população e apresentem soluções, não a curto prazo, mas soluções cabíveis.
Olhar com dedicação os problemas ambientais se torna cada vez mais importante e por que não dizer um dever de nossas autoridades, principalmente, nos dias atuais, em que a conscientização está sendo discutida e exigida pela maioria dos cidadãos que estão sentindo na pele que é preciso preservar e se conscientizar dos efeitos causados pelos homens ao meio ambiente. É preciso que os políticos, representantes do povo no poder, se envolvam nesse nicho ambiental e criem mecanismos para solucionar este problema da vida urbana atual

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