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28 de outubro de 2012

Sustentabilidade: Jovem cria ONG para disseminar conhecimento

 
Disseminar pequenas ideias e transformá-las em ações que vão fazer diferença na vida das pessoas. Este é o ideal de um jovem de 25 anos que acredita ser possível mudar comportamentos por meio da informação e da adoção de atitudes simples no dia a dia. O primeiro resultado aparece em uma escola que abraçou uma dessas ideias e já colhe os primeiros frutos.


Fábio de Oliveira é técnico agrícola e presta assessoria ao projeto de horta orgânica da Escola Estadual Ignácio Paes Leme

Fábio de Oliveira Neves é técnico agrícola e em março de 2011 criou uma ONG chamada Eu Posso para falar de ações possíveis de serem realizadas individualmente e coletivamente em benefício do meio ambiente e das pessoas. Ele convidou outros jovens para ajudá-lo e conseguiu reunir sete integrantes, todos com idade entre 25 e 30 anos.

“A gente acaba jogando a responsabilidade para o outro, para os políticos e isso deve vir da gente. Eu posso ter horta orgânica, economizar água no banho, tirar a TV do stand by, ajudar o outro, enfim, existe uma infinidade de coisas que eu posso fazer. Com minhas atitudes eu posso mudar o mundo.”

Ele trabalha o dia todo e, à noite, com um integrante da ONG visita empresas, escolas, associações de bairros e outras ONGs. Nesses encontros os dois falam sobre reciclagem, economia doméstica, consumo consciente, alimentação saudável, meio ambiente e ensinam como aplicar conceitos na prática. Os demais integrantes ajudam na divulgação das ideias em redes sociais e na mídia. “A gente leva sugestões que podem dar certo, de acordo com a realidade de cada comunidade”, disse Fábio Neves.

Na ONG Eu Posso, composta por profissionais das áreas de meio ambiente, biologia, enfermagem, agricultura e educação, cada um contribui com informações sobre suas áreas de atuação e que formam os conteúdos das palestras. Além disso, a organização se baseia em literatura especializada sobre cada tema a ser tratado. “O mundo ainda é carente de boa informação e a gente quer levar isso às pessoas.”

Palestra origina horta orgânica

Na Escola Estadual Ignácio Paes Leme, no bairro Martins, os alunos desenvolvem trabalhos sobre vários temas ligados à sustentabilidade como parte do currículo. Questão energética, seleção dos resíduos, economia de água são alguns deles.

Estimulada por uma palestra do técnico agrícola Fábio Neves, fundador da Ong Eu Posso, a escola adaptou um projeto de horta em sistema de mandala para outro de agricultura sustentável. “O pequeno espaço não seria viável para uma mandala”, disse o professor Leandro Ferraz, que acompanha os alunos no projeto.

Com as informações e o apoio técnico da Ong, a antiga plantação foi transformada em uma horta orgânica, cuja manutenção é feita pelos estudantes. “A escola quer incentivar os alunos para que sejam multiplicadores e levem os conceitos para vizinhos, amigos, e até cultivem horta em casa”, afirmou o professor.

Segundo ele, um dos aspectos mais importantes do projeto é a conscientização sobre a importância de se consumir alimentos mais saudáveis. “Mesmo que encontre dificuldade para cultivar em casa, pelo menos ele vai ter a preocupação com os locais e a origem dos alimentos para o consumo da sua família.”

Projeto de horticultura sustentável envolve 40 estudantes


Crianças colocam a mão na terra e se dedicam ao projeto voluntário

Se a mente jovem é uma esponja que absorve facilmente novos conceitos, na turma de 40 alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Ignácio Paes Leme, da qual faz parte Ana Carolina Ribeiro, de 17 anos, o projeto de horticultura sustentável foi bem recebido. Ela e os colegas de sala estão empenhados no cultivo das hortaliças.

“É a primeira vez que a turma está fazendo isso. O projeto saiu de um trabalho valendo nota e ganhou essa dimensão. Ninguém tem experiência, mas acabou gostando”, disse a estudante, enquanto arrancava ervas daninhas do canteiro de couve para “ajudar as plantas a crescer melhor”.

Colocar a mão na terra tem sido “muito legal” para Ana Carolina. Além disso, o conhecimento que está adquirindo ela não guarda só para si. “Aqui na escola, eu tento mostrar para os alunos que é muito mais saudável o alimento orgânico, que não causa prejuízo à nossa saúde. Na casa da minha avó, da minha mãe, eu sempre falo sobre isso também.”