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25 de setembro de 2012

BIODIESEL


Combustível limpo para o transporte sustentável

Esta é a atual busca de companhias de petróleo que ao se reestruturarem para atender um novo perfil de empresas de energia, visualizam a perspectiva da finitude dos combustíveis fósseis e cada vez mais a urgência em zelar por questões ambientais.

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Esta é a atual busca de companhias de petróleo que ao se reestruturarem para atender um novo perfil de empresas de energia, visualizam a perspectiva da finitude dos combustíveis fósseis e cada vez mais a urgência em zelar por questões ambientais. Neste cenário aparece o biodiesel, também chamado “combustível verde”, uma evolução na tentativa de substituição do óleo diesel mineral por um óleo originário da biomassa, através do aproveitamento de óleos vegetais “in natura”.

Com a necessidade de fontes de energia renováveis, os planejamentos das corporações dão indícios de novos elementos que devem assumir papel crescente na matriz energética mundial, como o caso da PETROBRAS que planeja no período de 2004 à 2010 a comercialização do biodiesel..

Hoje, a matriz energética do Brasil é o petróleo com 43,1% e o óleo diesel a matriz dos combustíveis líquidos com 57,9%, havendo destes, 10% de dependência externa. Assim, o biodiesel passa a ser do ponto de vista econômico a oportunidade de substituição das importações pela possibilidade de exportação viabilizada inicialmente através do grão da mamona que possui 75% de óleo extraível, podendo assim contribuir de forma direta e expressiva para a independência energética brasileira.

Existem hoje no Brasil diversas experiências relativas ao uso do biodiesel, originário de óleos novos, extraídos de vegetais e usados, proveniente de restaurantes. Por ser um país rico em oleaginosas o Brasil tem um grande potencial a ser explorado, tanto em relação ao aproveitamento energético de culturas temporárias e perenes, quanto ao aproveitamento energético do óleo residual, porém para que seja implantado, conforme determina a ANP (Agência Nacional de Petróleo), são necessários testes para homologação de combustíveis não especificados.

Desde 1998 são realizados testes que comprovam diversas vantagens do biodiesel, entre elas, a adaptabilidade aos motores do ciclo diesel pois enquanto a utilização de outros combustíveis limpos como o gás natural ou o biogás requer adaptação dos motores, a combustão do biodiesel pode dispensar alterações, configurando-se em uma alternativa técnica capaz de atender toda a frota já existente movida a óleo diesel.

Estudos e planejamentos estão sendo realizados para que a partir de 2005 seja aplicada no Brasil a mistura B2 (2% de biodiesel) e assim, o governo pretende regulamentar um aumento deste percentual anualmente, como mostra a tabela abaixo.
Ano 2005 2006 2007 2008 2009
% mistura 22,753,54,255

Para os centros urbanos, que têm a poluição como uma mazela da sociedade contemporânea baseada em combustíveis de origem fóssil, a substituição do petrodiesel pelo biodiesel, ou seja, uma alteração na matriz energética veicular, possibilita um transporte rodoviário de passageiros e de carga, mais limpo resultando numa qualidade de ar significativamente melhor, com isso o gasto do governo com tratamento de doenças causadas ou agravadas por substâncias nocivas lançadas na atmosfera tende a diminuir.

Já é possível visualizar este resultado em paises como a Itália e França que iniciaram estudos com biodiesel no inicio da década de 1980 e hoje o utilizam como fonte regular de combustível. Outro exemplo mundial é a Alemanha, onde atualmente existe uma frota de veículos leves, coletivos e de carga que utilizam biodiesel puro, obtido de plantações específicas para fins energéticos.

No Brasil o uso do biodiesel está alicerçado em três pilares: social, ambiental e mercado. A implementação de um programa energético como este, levando-se em conta o aproveitamento dos óleos vegetais, abre oportunidades para grandes benefícios sociais decorrentes do alto índice de geração de emprego, culminando com a valorização do campo e a promoção do trabalhador rural além da demanda por mão-de-obra qualificada. Estima-se que com um investimento de US$228,3 milhões serão gerados 1.350.000 novos empregos, conforme apresentação da ministra Dilma Rousseff do Ministério de Minas e Energia em seminário sobre matriz energética promovido pela Anfavea.

As regiões norte e nordeste estão diretamente ligadas ao vetor social deste programa que permite explorar potencialidades locais reduzindo as diferenças regionais, 350 famílias já estão assentadas no Canto do Buriti, Piauí, em uma área de 10.000 ha organizada em 16 células, cada célula com 35 lotes, onde está sendo desenvolvida a plantação de mamona para produção do biodiesel estimada em 25 milhões de litros/ano.

Além do alto poder calorífico, os óleos vegetais possuem características raramente encontradas em outros combustíveis tais como, ausência de enxofre e a não geração de poluentes para produção industrial, o que une a busca por alternativas energéticas à preocupação ambiental.

Assim, é possível concluir que o biodiesel é um combustível sustentável, capaz de auxiliar efetivamente e a curto prazo a obtenção de um transporte sustentável, envolvendo portanto, aspectos de natureza social, estratégica, econômica e ambiental.

NOSSO ETANOL É SUSTENTÁVEL?


Para abordar a questão levantada no título, precisamos examinar três perguntas. O que é ser sustentável? A que distância está o etanol dessa condição? O que faremos para chegar lá? Nenhum produto ou empresa pode sustentar-se isoladamente. É preciso que sua cadeia de valor se sustente. Por sua vez, a cadeia de valor depende da sociedade. E a sociedade, de quem depende? Dos sistemas naturais. Já que tudo está interligado, ser sustentável no caso do etanol é contribuir com a sociedade, ajudando-a a respeitar as regras do jogo do planeta. Se o uso do combustível de cana nos ajudar, que se fortaleça cada vez mais.
Além de viável economicamente, nosso etanol é menos poluente, pode ser produzido com razoável preservação da biodiversidade e até, em alguma medida, provir da agricultura familiar – temos exemplos no Brasil. E a questão da segurança alimentar? Vejamos alguns números: os canaviais ocupam o equivalente a 1% da área das propriedades rurais, 2,3% das áreas de pastagem, 5% da área cultivada nacional e 0,5% da superfície total do País.
Considerando a subutilização das áreas agrícolas, há ainda bastante espaço para crescer sem afetar a disponibilidade de alimento. E o desmatamento? Pelos mesmos números, vemos que o etanol pode aumentar muito apenas em áreas agrícolas subutilizadas, sem avançar sobre a mata.
E como saberemos a que distância da sustentabilidade está nossa produção de etanol? Para responder a esta segunda pergunta, precisamos de sistemas de certificação que identifiquem o que ocorre nos sistemas produtivos. Apesar da superioridade do álcool de cana-de-açúcar em relação ao de outras culturas, a postura dos produtores não é homogênea. Há fazendas ecologicamente tão ajustadas que chegam a atrair e abrigar animais ameaçados. Mas não são muitas.
Algumas usinas preparam os funcionários para a crescente mecanização. Outras, porém, nem os registram. Há ainda as denúncias de trabalho análogo ao de escravo que continuam a surgir em diversos setores do agronegócio e incluem o de etanol.
Alguns produtores mantêm áreas de reserva e preservação, respeitando a lei. Outros a combatem. A redução ou mesmo a eliminação do uso de agrotóxicos ocorre, mas não é regra. Em resumo, para o consumidor saber o que está comprando só há uma solução: conhecer a origem do produto. A melhor forma de fazê-lo? Exigindo certificado.
Vários institutos de pesquisa, empresas privadas, mesas-redondas e governos vêm se envolvendo na qualificação da produção de etanol. Os critérios da mesa-redonda organizada pela Escola Politécnica Federal de Lausanne, por exemplo, abrangem os biocombustíveis de forma genérica e, com isso, contemplam o etanol.
Os critérios Better Sugar Cane Initiative (BSI), com uma boa diversidade de participantes, tratam da cana-de- açúcar. A organização não governamental Rainforest Alliance estabeleceu critérios para o tema, definidos com muito cuidado. O Inmetro também tem desenvolvido um sistema com a participação de especialistas renomados. Quanto ao benefício climático do etanol brasileiro, o professor Isaias Macedo, do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), da Unicamp, mostrou que é inigualável. Além disso, algumas iniciativas empresariais trazem transparência a esse mercado. Entre os muitos critérios já existentes ou por nascer, ainda não se sabe qual será adotado de forma ampla.
Mas algum deles nos ajudará a conhecer a distância que separa a produção de etanol da sustentabilidade, caso a caso.
Como estamos falando em soluções, vamos à terceira pergunta: qual a estratégia para chegar à sustentabilidade? Vejamos três pontos importantes: para que os sistemas de certificação sejam de fato aplicados, o fator fundamental é a demanda. É preciso que os compradores exerçam a responsabilidade de procurar etanol de acordo com certas características, sob os pontos de vista de qualidade do produto e da produção.
Quanto mais diversas as partes envolvidas na definição dos critérios para atestar a qualidade, tanto melhor. Para oferecer seus benefícios às prementes questões de energia e clima, o etanol precisa ser usado de forma ampla. Ou seja, tornar-se uma commodity global.
Além disso, um mercado internacional grande e sustentado beneficiaria o Brasil, que exportaria mais etanol e tecnologia. Se ajudasse, portanto, países da África e da América Latina a produzir o álcool com critérios de sustentabilidade, o Brasil estrategicamente ajudaria a si mesmo. Ao mesmo tempo, alguns dos povos mais sofridos do mundo teriam grande oportunidade de melhorar suas condições econômicas e de vida. O clima do planeta agradeceria.
Os europeus questionam a sustentabilidade do nosso etanol, aparentemente tentando defender o produtor local, cujos custos são muito altos. Os suecos, porém, sugerem uma estratégia tributária interessante para resolver o impasse: manter os impostos de importação quando o etanol brasileiro servir à mistura obrigatória na gasolina, mas eliminá-los quando abastecer carros flex. Dessa forma, o produtor europeu teria proteção em uma grande fatia do mercado e o produtor brasileiro, por sua vez, teria isenção tarifária para atender o mercado em outra fatia que tende a crescer muito: o de automóveis bicombustíveis na Europa.
Essa divisão tornaria o debate técnico, pois as questões de proteção de mercado seriam tratadas no âmbito tributário. Responder às três perguntas do primeiro parágrafo é fundamental. As respostas serão sempre complexas, multifacetadas e multidisciplinares. O Brasil pode destacar-se ainda mais como potência na produção, uso e exportação de etanol, mas precisa encarar a sustentabilidade de frente, com coragem.

COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS

Na década de 70, quando a crise do petróleo batia às portas do mercado internacional, a EMBRATEL, então estatal, preocupava-se em obter um combustível alternativo ao óleo diesel, para alimentar os grupos-geradores que forneciam energia principalmente às suas estações repetidoras de sinais (micro-ondas e tropo difusão) por este país imenso. Pesquisas, desenvolvimento, testes junto com vários laboratórios nacionais e chegou-se ao uso eficiente dos óleos vegetais, (soja, mamona, dendê e outros). O biodiesel começava a ficar disponível no Brasil. Mas quem se interessaria pela produção em escala industrial? Muito embora a frota diesel do país já fosse imensa, o governo só estimulava a produção do álcool combustível. E o nosso biodiesel ficou sem chance, muito embora estudos da própria EMBRATEL revelassem que seria uma alternativa mais barata, renovável e pouco poluidora.

Os anos se passaram. Agora fala-se que a solução é o biodiesel, mas não vemos iniciativas de porte no brasil que se coadune com as afirmativas colcocadas por aí.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, um ex-piloto de carga americano, por volta de 1993 juntou suas economias, hipotecou sua casa, utilizou os recursos do fundo 401K, que poderiam garantir sua aposentadoria e aplicou em uma refinaria de óleo de soja. Em 1994 ele comprou de agricultores de Iowa uma partida de óleo de soja e deu início à sua produção de biodiesel, com sua empresa Imperium Renewables (www.imperiumrenewables.com), em Seatlle.

Hoje a Imperium vende de 700 a 800 milhões de galões de biodiesel por dia, para quatro distribuidores regionais de combustíveis e não consegue atender à demanda. Ao final do próximo verão a Imperium deve inaugurar uma nova planta produtora de biodiesel, ainda em Seatlle.

As notícias, sem grandes novidades para aqueles que trabalhavam na EMBRATEL na década de 70, dão conta de que o biodiesel pode ser obtido de gordura animal e de qualquer óleo vegetal, incluindo o óleo de cozinha. O biodiesel atua como lubrificante natural, é completamente bio-degradável e queima de forma mais limpa do que o óleo diesel convencional, reduzindo as emissões de monóxido de carbono em cerca de 50% e de dióxido de carbono -o principal agente que provoca o aquecimento global - em cerca de 78%.

De forma diferente do etanol, que em elevadas concentrações trabalho somente em motores veiculares especialmente desenvolvidos para tal uso, o biodiesel roda virtualmente em qualquer motor projetado para funcionar com óleo diesel. De acordo com a national Biodiesel Board (www.biodiesel,org), as vendas de biodiesel nos EUA quintuplicaram nos ultimos 3 anos, chegando a um volume de 200 milhões de galões em 2006. A expectativa dos analistas é que por volta de 2020 as vendas alcancem 800 milhões de barris.